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agosto2017

Esgotamento Profissional?

Entenda o que é a Síndrome de burnout

Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso. Também chamada de Síndrome do esgotamento Profissional.

O Instituto Superior de Tecnologia de Zurique (ETH), registra o crescimento de ocorrência de “Burnout” em ambientes profissionais, apesar da dificuldade de diferenciar a síndrome de outros males, pois ela se manifesta de forma muito variada: “Uma pessoa apresenta dores estomacais crônicas, outra reage com sinais depressivos; a terceira desenvolve um transtorno de ansiedade de forma explícita”, no total, já foram descritos mais de 130 sintomas do esgotamento profissional.

Burnout é geralmente desenvolvida como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação.

Os trabalhos com altos níveis de estresse podem ser mais propensos a causar burnout do que trabalhos em níveis normais de estresse ou esforço. Profissionais de TI, cientistas, policiais, taxistas, bancários, controladores de tráfego aéreo, engenheiros, músicos, professores e artistas parecem ter mais tendência ao burnout do que outros profissionais.

Alguns dos sinais e sintomas que ajudam a identificar o problema são:

1 Cansaço físico e mental constante e excessivo;

2 Sensação constante de negatividade, como se nada fosse dar certo;

3 Falta de vontade para fazer atividades sociais ou estar com outras pessoas;

4 Dificuldade para se concentrar no trabalho ou tarefas diárias;

5 Falta de energia para manter hábitos saudáveis, como ir na academia ou ter um sono regular;

6 Sentimento de que não se está fazendo o suficiente dentro e fora do trabalho;

7 Dificuldade para gostar das mesmas coisas que se gostava anteriormente;

8 Colocar as necessidades dos outros à frente das próprias;

9 Alterações repentinas de humor, com muitos períodos de irritação;

10 Isolamento de pessoas significativas, como amigos e familiares.

Como profilaxia da síndrome, vão algumas dicas do Dr. ismael Pinheiro:

1. Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental.

2.Avalie a possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.

3. Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout.

4. Tenha uma alimentação saudável, evitando à ingestão em demasia de café.

5. procure não ingeris bebidas alcoólicas como subterfúgio para as crises.

A Organização Mundial de Saúde declarou que a depressão deverá ser o segundo maior transtorno de saúde no mundo, perdendo apenas para doenças cardiovasculares até 2020.

Embora as intervenções farmacológicas e psicoterapêuticas aliviem a depressão em 50%
a 70% dos casos, 47% a 64% dos pacientes com o transtorno, não conseguem resultados
satisfatórios.
Duas revisões sistemáticas recentes, ambas baseadas em dados ocidentais e chineses,
concluíram que a acupuntura era similar em eficácia à farmacologia antidepressiva comparados
com os grupos controles. As pesquisas sugerem que a acupuntura parece ser tão eficaz quanto
as drogas convencionais existentes, sem os efeitos colaterais, o que deve ser considerado como
uma das opções terapêuticas. Duas situações específicas, parecem ser particularmente
favoráveis para incorporar o tratamento de acupuntura: durante a gravidez (Manber 2010) e pós-
AVC (Zhang 2010; Smith 2010).
Em geral, acredita-se que a acupuntura estimule o sistema nervoso e cause a liberação de
neurotransmissores. As mudanças bioquímicas resultantes influenciam os mecanismos
homeostáticos do corpo, promovendo assim o bem-estar físico e emocional.
Estes mesmos estudos indicam que a acupuntura pode ter um efeito positivo específico
sobre a depressão, alterando a química cerebral, aumentando a produção de serotonina (Sprott
1998) e endorfinas (Wang, 2010). A acupuntura também pode beneficiar a depressão através de
outras vias neuroquímicas, incluindo as que envolvem dopamina (Scott 1997), noradrenalina (Han
1986), cortisol (Han 2004) e neuropéptido Y (Pohl, 2002).
A estimulação de certos pontos de acupuntura mostrou afetar áreas do cérebro que são
conhecidas por reduzir a sensibilidade à dor e ao estresse, bem como promover o relaxamento e
a desativação do cérebro “analítico” responsável pela ansiedade e preocupação (Hui, 2010). As
mudanças induzidas pelo estresse no comportamento e na bioquímica podem ser revertidas (Kim
2009).
Algumas das pesquisas mais recentes sugerem que a depressão está associada à
disfunção na forma como partes do cérebro em repouso interagem entre si (Broyd, 2008); A
acupuntura demonstrou ser capaz de alterar a “rede de modo padrão” (Dhond 2007), e os
resultados ultrapassam o efeito placebo (Hui, 2010).
A acupuntura pode ser combinada de forma segura com tratamentos médicos
convencionais, com antidepressivos, ajudando a reduzir seus efeitos colaterais e a melhorar seus
efeitos benéficos (Zhang, 2007).
O tratamento com acupuntura também pode ajudar a melhorar disfunções físicas como a
dor crônica (Zhao 2008), que pode ser uma causa contributiva da depressão.
Os sintomas psiquiátricos de depressão e ansiedade são associados a
neurotransmissores-chaves, como a serotonia, Noradrenalina e Dopamina, bem como alguns
hormônioios. A depressão também pode estar associada à desregulação do eixo Hipófise-
Hipotálamo- Adrenal (HPA). Vários estudos experimentais de animais e humanos indicam que as
agulhas de acupuntura tem efeitos fisiológicos demonstráveis e que pode modificar o
funcionamento neural atualmente relacionados na fisiopatologia de distúrbios afetivos.
A acupuntura também modula sistemas neuroendocrinos e imunológicos e pode tratar a
depressão regulando os níveis de serotonina, adrenalina, dopamina, endorfinas ou
glicocorticóides, estimulando a resposta hipotalâmica.
Na Medicina Tradicional Chinesa, a etiologia proposta para os transtornos mentais é
causado pela desregulação das 7 emoções, que são: alegria, raiva, preocupação, contemplação
(pensamento), tristeza, medo e choque. Quando 1 das 7 emoções está em excesso, pode gerar
mau funcionamento do zang-fu (órgãos internos), resultando em desordem mental, conforme
descrito no livro Nèi Jīng, 内 经. Por exemplo, a ira excessiva prejudica o fígado, a alegria
excessiva danifica o coração, o pensamento excessivo danifica o baço, sofrimento excessivo
danifica o pulmão e o medo excessivo prejudicam os rins.
Referências:
Manber R et al. Acupuncture for depression during pregnancy: a randomized controlled trial.
Obstetrics and Gynecology. 2010; 115(3):511-520.
Xie YC. Li YH. [Observation on therapeutic effect of acupuncture at Zhongwan (CV 12) and Siguan
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Zhao ZQ, Neural mechanism underlying acupuncture analgesia. Prog Neurobiol. 2008 Aug;85(4):
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Scott S, Scott WN. A biochemical hypothesis for the effectiveness of acupuncture in the
treatment of substance abuse: acupuncture and the reward cascade. Am J Acupunct 1997;25:33–
40.

PARKINSON E A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa com comprometimento
motor que inclui tremor em repouso, rigidez, bradicinesia e anormalidade postural. Estudos
epidemiológicos mostram que a prevalência da DP nos países industrializados geralmente é
estimada em 0,3% de toda a população e em ~ 1% em pessoas com mais de 60 anos de idade.
Apesar de vários avanços na compreensão da doença de Parkinson (DP), o tratamento
farmacológico da DP pela medicina ocidental é principalmente para o gerenciamento de
sintomas. Entre os diferentes tratamentos farmacológicos, a levodopa continua sendo a mais
eficaz e continua sendo também a base da terapia. No entanto, o uso prolongado de levodopa
pode causar complicações motoras incapacitantes, particularmente discinesias e flutuações
motoras, o que limita sua utilidade. Ambas as complicações motoras foram encontradas em ~ 40
e 70% dos pacientes após 5 anos e 15 anos de tratamento com levodopa, respectivamente.
Além disso, combinados com anormalidades motoras, muitos aspectos não-motores da DP
podem afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, causando problemas como
disfunção autonômica, constipação, náuseas, interrupção do sono, dor, sonolência diurna
excessiva e distúrbios do humor. Esses problemas geralmente não respondem e podem até ser
piorados por tratamentos médicos convencionais ocidentais.
Em vista dos efeitos colaterais indesejáveis a longo prazo da medicina ocidental, muitos
pacientes procuram tratamento Complementares para a DP. A medicina tradicional chinesa (MTC)
tem sido utilizada há milênios para tratar condições como o tremor das mãos e a agitação da
cabeça. A medicina herbal chinesa continua sendo muito popular para o gerenciamento da
Doença de Parkinson em países asiáticos, como China, Coréia e Japão. Em um estudo realizado
por Rajendran et al., Observou-se que 40% dos pacientes com DP. usam pelo menos uma forma
de medicina Oriental. A medicina herbal é uma das três formas mais populares de técnicas
adotadas por pacientes com DP. Um estudo do Japão avaliou o papel da medicina herbal chinesa
em pacientes com Parkinsonismo induzido por antipsicóticos. Com o uso de uma fórmula padrão
de 10 ervas, os investigadores demonstraram uma redução significativa no tremor em pacientes.
Ao contrário da medicina ocidental, os diagnósticos da MTC de DP cai em diferentes
categorias de acordo com a constituição fundamental do paciente. Segundo a MTC, a DP é uma
condição que representa uma depleção de energia, especialmente no baço e no estômago. As
drogas à base de plantas foram, portanto, utilizadas no tratamento da DP sob a orientação geral
de “fortalecer o baço e regular o estômago”. ” Jia Wei Liu Jun Zi Tang ” (JWLJZT) é uma
formulação antiga desenvolvida por um médico chinês Zhang Lu em 1695 dC, com a função
específica de tonificar a energia ( Qi ) do baço e estômago; Tem sido usado para tratar sintomas.
Como resultado, a receita da medicina tradicional Chinesa de 11 ervas, resultou em
melhora significativa em algumas complicações não-motoras de tratamento de remédios
convencionais e habilidades de comunicação em pacientes com DP idiopática. Estudos dos
mecanismos bioquímicos pelos quais o JWLJZT afeta a DP, podem apontar o caminho para
novos avanços e ainda melhor tratamento clínico da DP.
Referência:
Treatment of Idiopathic Parkinson’s Disease with Traditional Chinese Herbal Medicine: A
Randomized Placebo-Controlled Pilot Clinical Study
Wan Fung Kum, Siva Sundara Kumar Durairajan, Zhao Xiang Bian, Sui Cheung Man, Yuen Chi
Lam, Li Xia Xie, Jia Hong Lu, Yan Wang, Xian Zhang Huang, and Min Li